terça-feira, 3 de setembro de 2013

You’ll never have it all


Todos nós temos vontades, ambições, sonhos. Encontrar o namorado perfeito, o curso perfeito, o trabalho perfeito, a casa, o corpo, a roupa, os acessórios, as viagens. Todos passamos uma parte do nosso tempo focados naquilo que queremos alcançar no futuro.

Lutamos, lutamos e lutamos mais um pouco. Umas vezes conseguimos, outras desistimos. E tão bom que é quando chegamos onde queremos, quando temos na nossa mão aquilo com que sonhámos tanto tempo, após uma quantidade relativa de suor e dedicação.
Pelo contrário, quando perdemos as forças a meio do caminho, os sentimentos que reinam são a culpa, a vergonha e a tristeza. É horrível sentir que falhámos, como que um desconforto interior proporcional ao esforço que exercemos e à vontade que tínhamos inicialmente.

E quando falhamos, o que fazer? Erguer a cabeça, iniciar a busca por um novo sonho, uma nova ambição. Somos um ser de capacidades infinitas, e logo descobrimos o desejo pelo alcance de uma nova meta, numa direção diferente.
 Então e quando conseguimos aquilo que queremos? Quando nos vemos exactamente onde queríamos estar? Quando temos na mão aquilo que tanto queríamos? O mais provável seria sermos consumidos por um êxtase de alegria, uma sensação de preenchimento completo, satisfação extrema. No entanto, embora possamos de facto sentir tudo isto, a sua duração é finita. Em pouco tempo damos por nós a acordar menos gratos por aquilo que temos. Dentro de nós começa a crescer um espaço a implorar por ser preenchido.

Então qual é a diferença entre conseguirmos ou não aquilo que queremos, se no final nunca nos sentiremos completamente satisfeitos? A meu ver, não é o final que mais importa, nem tudo se resume à concretização ou não de um sonho. A meu ver, aquilo que é mais importante, e aquilo que nos faz de facto felizes e que nos preenche é a jornada, a expectativa, a luta. É o acordar com um objectivo na vida, dar um sentido ao nosso dia.

Todos nós precisamos de um combustível para subsistir, um motivo para sair da cama de manhã, para sorrir e ganhar força para continuar a belíssima jornada que nos foi atribuída. Estou a falar do sonho. Precisamos de objectivos, de sentir que estamos cá por um motivo, ainda que esse possa mudar constantemente.

Estaremos sempre em busca de algo na nossa vida. Nunca estaremos completamente satisfeitos. Mas se assim não fosse, será que a vida teria a mesma piada?


2 comentários:

  1. Já fiz um post muito parecido com este, onde perguntava se quando atingimos aquilo que tanto queríamos o que há a fazer depois? Continuo sem respostas mas já me preocupei mais com isso, agora é "ir vivendo e depois logo se vê".

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