Trémula como horizonte num dia quente de verão,
Vazia como fóssil,
Incerta como navio à deriva,
Arrastada pela maré selvagem.
Poço de ingratidão e culpa,
Coberto pela manta de um sorriso.
Por vezes há quem espreite,
Mas nunca ninguém descobre.
Ninguém olha de verdade.
Como podem entender?
Se nem o que vemos entendemos,
O oculto fingimos compreender.
Explicações simplistas levam o medo,
Criam soluções fáceis,
Mas eu transcendo o mistério.
Igualmente indecifrável,
Porém desproporcional a dilucidações.
Vista de dentro não me entendo,
Como ousam olhos externos tentar fazê-lo?
A esperança não morre.
Não de uma explicação,
Não de uma solução,
Apenas de um trilho,
No meio deste nevoeiro de enigma.
APSB
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