Em sentido lato, objecto é o
“fim do ato”, da faculdade ou atitude psíquica.
No sentido estrito é qualquer
coisa conhecida ou querida, mas unicamente aquilo que está diante do sujeito
com independência deste e ao qual este deve se amoldar.
Um objeto não tem vida, não
olha, não fala, não sente. Estou rodeada de objectos e todos eles estão
simplesmente imóveis, à espera de absolutamente nada.
Uma boneca está de olhos
postos em mim, a sorrir. Tem um lindo cabelo loiro, uns olhos azuis penetrantes
e um ar angelical, que transmite confiança. Sempre que eu me sento neste sitio exato,
ela está a olhar para mim. No entanto, quando eu saio daqui e vou viver a minha
vida noutro local, ela continua ali a olhar para o vazio, sorridente, sem a mínima
consciência de nada.
Este sofá onde estou sentada, vive para levar com pessoas e
cobertores em cima. Uma ou duas vezes por ano alguém o arrasta para um sitio
diferente para quebrar a monotonia da sala de estar. E são esses os pontos
altos da vida inexistente do querido sofá.
Os objectos que me rodeiam têm uma coisa a favor deles: eles
não sofrem. Quando alguém os deixa cair, quando recebem um pontapé, ou quando alguém
lhes chama inúteis, eles não estão nem aí.
Não têm nada a perder na vida e jamais ganharão algo. Não
têm de lutar por nada, porque tudo aquilo que podem ter é a própria existência.
Enquanto todas as pessoas passam por eles ocupadíssimas, preocupadas,
stressadas, eles continuam na serenidade do seu posto, sem obrigações, sem
aborrecimentos.
Se eu fosse um objecto a verdade é que eu iria odiar. Iria
odiar passar os meus dias incapacitada no mesmo sítio, onde alguém decidiu
deixar-me. Iria odiar não poder intervir no mundo fantástico que me rodeia. Iria
odiar não ter emoções, sejam elas boas ou más. Iria odiar não poder ir usufruir
de um belo dia de sol quando queria, ou enroscar-me num cobertor no Inverno. Na
realidade não iria odiar nada, porque não iria sentir nada.
Posto isto, e confirmado que ser um objecto afinal tem ínfimas
desvantagens, pergunto-me: como é que passo tantos dias da minha vida a tentar
ser um objecto, se é algo que me desagrada tanto?
Porquê passar tantos dias simplesmente a existir? Porquê não
intervir mais no mundo, experimentar mais emoções? Aproveitar o facto de ter
vida, e não ser um objecto Está na hora de cortar na preguiça e ganhar alguma
animação!
Bem... O teu texto faz-me pensar' <3
ResponderExcluirAdorei o post.
Já te sigo ;)
maniac4moda.blogspot.pt
Identifiquei me bastante com o post, e lindo :)
ResponderExcluirgostei muito do blog e ja estou a seguir XD
gostei tanto do texto! muito mesmo :D
ResponderExcluirR. obrigada ! E tu ganhaste mais uma seguidora, parabéns escreves lindamente!
Gostei muito do post e do blog :) é claro que ja sigo*
ResponderExcluirhttp://tensecondstomidnight.blogspot.pt/
O gosto da vida está nas emoções não nas nossas posses (:
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